Monday, November 20, 2006

TIC para a Inclusão Social, Setúbal



No Sábado passado estive num encontro estimulante em Setúbal onde fui convidado pela rede temática das TIC para a Inclusão Social da Equal, para falar sobre a minha experiência nas formações online em Moçambique e a sua relevância para comunidades de prática e aprendizagem online.

Soube na sessão que já há trabalho interessante a ser desenvolvido neste sentido no bairro de Belavista.

Um dos aspectos que saiu nos nossas conversas durante os trabalhos tinha a ver com a importância de “e-learning” ser uma actividade pessoal – ou seja tem a ver com pessoas e não tecnologia.

Outro comentário salientou o valor de ouvirmos falar de trabalhos de sucesso na África. Concordo plenamente – normalmente os media nos trazem noticias de problemas e miséria (RTP Africa é uma excepção neste campo mas é pouco visto pelo público em geral, creio).



Uma pergunta que ficou um pouco no ar: será que a experiência de formação à distancia em Moçambique (cursos do CIARIS em parceria com a ESTBarreiro) pode também ter relevância para pessoas a trabalhar na área de inclusão social aqui na região de Setúbal. Não sei a resposta neste momento mas a pergunta é pertinente.

Friday, October 20, 2006

... ainda a Turquia


Apesar de ter comentado depois da minha primeira viagem pelo interior de Turquia – de Istambul até Iskesehir na Anatólia Central - que a zona era “relativamente pobre”, regressando pelo mesmo caminho quatro dias depois, talvez com um olhar mais objectivo, cheguei à conclusão que na verdade não é bem o caso. É uma terra relativamente verde e fértil e com alguma indústria: fábricas têxtil, alumínio e cimenteiras etc.


Tirando as mesquitas, não é muito diferente do Alto Alentejo e realmente bastante longe daquilo que eu inicialmente pensava.



Os meus colegas turcos disseram-me que as zonas Kurdas mais para o Este, perto da fronterira com Iraq, são bastante mais pobres, mas na zona da Universidade de Anadolu fiquei com a ideia que os nossos alunos não iriam sentir grandes diferenças entre a vida estudantil de lá e de cá.


Passando por a Istambul, notei novamente a justaposição fascinante entre a vida duma cidade moderna, do século XXI, a as construções e estilos da vida de outra épocas.


Rua na parte antiga da cidade




Estação de comboio central

Besiktas, uma das partes modernas de Istambul, vista do Bósporo.

Thursday, September 28, 2006

As Bolonhas?

Deı uma breve apresentacao hoje sobre a mınha escola e sobre o meu trabalho na area de Actıve Learnıng a 12 membros do Departamento de Engenharıa Cıvıl da Unıversıdade de Anadolu.*


Os colegas aquı em Turquia tem dıfıculdade em ver a logıca dos cursos de lıcencıatura de 3 anos: apesar de terem mudado ja ha 2 anos para o sıstema de ECTS de Bolonha, decıdıram contınuar com cursos de 4 anos. Aquı estas decısoes sao tomadas ao nıvel da Unıversıdade e nao ao Mınısterıo como em Portugal e dızeram que nao era prevısto mudar de 4 para 3 anos.

Outra pergunta que alunos e docentes me colocaram era porque nos em Portugal aında nao mudamos para o ensıno em ıngles em areas como a engenharıa para os nossos dıplomados serem melhor preparados para o mercado de trabalho ınternacıonal (!)

* sou obrıgado a escrever num teclado sem acentos.

Wednesday, September 27, 2006

Em Anatolıa

Cheguei a Eskisehir no plano alto de Anatolia no ınterior de Turquıa anteontem para fazer uma visita a Universidade de Anadolu no ambıto de Erasmus* .
http://www.anadolu.edu.tr/eindex.htm

A viagem de Istambul levou quase 6 horas de camioneta, passando por terras rurais e relativamente pobres. No entanto quando cheguei a Eskısehir vı que e uma cıdade bastante grande e moderno - algo parecıda com a cıdade de Aveıro e ıgualmente ınfluenciada pela presenca da unıversidade, que e bastante grande com 20 mıl alunos no campus e aında maıs 1 mılhao a distancıa!

O campus principal e bonıto e amplo com zonas verdes, jardım japones, restaurantes e cafes, supermercado, cınema, muıtos multibancos alem das estruturas academıcas normaıs.

Dısponıbılızaram um gabınete bem equipado para o meu uso durante os 4 dıas estou aqui. No departamento de engenharıa cıvıl o ensino e totalmente em ıngles, implicando que os estudantes tem um ano inicial de consolidar a lıngua antes de comecar a lıcencıatura de 4 anos. Tem o sıstema de ECTS e cursos flexiveis de Bolonha a funcionar ja ha 2 anos mas apostam na licenciatura de 4 anos.

Hoje deı uma aula aos alunos de 3 ano de Gestao de Construcao em ıngles sobre a Inovacao - foram muıto participativas e correu bem. No fim fiz uma apresentacao sobre a mınha escola e o Instituto Politecnico de Setubal e houve bastantes perguntas. Fora do futebol sabe-se pouco aqui sobre Portugal.

Depoıs tıve um almoco com o Vıce-Presıdente da Unıversıdade - chegueı a perceber que estao a apostar muıto no Erasmus e mobılıdade e que em termos de organızacao e informatizacao dos nossos servıcos podemos aprender bastante da experıencıa deles.

Amanha vou realızar uma sessao para os docentes e postgrads do Departamento de Engenharıa Cıvıl dedıcado ao tema de Actıve e Collaboratıve Learnıng e depoıs tenho mais 6 horas de camıoneta a Istanbul.

* sou obrıgado a escrever num teclado sem acentos.

Sunday, September 10, 2006

Podcast: Formação e Comunidade


Durante os cursos online em que estive envolvido em Guiné Bissau e Moçambique, uma questão que tem-me preocupado tem a ver com o seguimento depois de acabar o curso. Tentei explicitar as minhas ideias como convidado no blog Communities of practice for development:

Communities of practice for development: Training courses, linking people and community

Depois fui entrevistado sobre o tema e o podcast está aqui:

Communities of practice for development: Practical examples: Interview with Bill Williams on ILO/CIARIS experiences in lusophone Africa

Wednesday, July 26, 2006

Conservação e reabilitação na Acrópole


Estive em Atenas este mês para participar numa conferência e aproveitei para visitar a Acropole. Foi impressionante estar dentro de um eléctrico moderno com ar-condicionado no centro de uma capital europeia, moderna e movimentada como Atenas, e de repente ver as colunas magnificas duma construção milenar a dominar o centro da cidade.

Visto de longe, a estrutura parece bem conservada mas aproximando, subindo o rochedo, vê-se que o Parténon, o monumento principal deste grupo, está a ser alvo de um processo de recuperação profundo.


O monumento tinha-se deteriorado significativamente ao longo do século XX e dois problemas tinham que ser colmatados para preservar este exemplo do património mundial:
  •  a estrutura, sendo de mármore (principalmente CaCo3), tem estado a sofrer progressivamente dos efeitos da poluição atmosférica do meio urbano e industrial: assim o mármore é transformado quimicamente em gesso (uma forma de CaSo4) que começa a cair aos poucos.
  •  duas tentativas prévias de recuperar a estrutura (uma no século XIX e a outra no XX) não foram efectuadas da melhor maneira uma vez que utilizaram ferro para reforçar partes da estrutura e o próprio ferro é também sujeito aos efeitos de corrosão. Também substituíram partes da estrutura em mármore por outros materiais como betão.



















Portanto, neste momento está a decorrer um mega-processo de recuperação onde a estrutura está a ser desmontada e reconstruida progressivamente em que o mármore original está a ser protegido com uma camada anti-erosão. Ao mesmo tempo os erros dos processos anteriores estão a ser corrigidos para levar toda a estrutura ao seu estado original. A reconstrução do Parténon irá incluir partes que ficaram fora em processos anteriores resultando num espécie de puzzle muito complexo.



Aqui é possível ver onde o novo mármore foi adicionada à pedra original. A cada peça é atribuído um número único para permitir a remontagem posterior. A parte branca vai depois receber um tratamento para criar uma pátina que recrie o aspecto da pedra original.

Friday, July 07, 2006

Rich Felder no Minho: Active Learning e embaraço terminológico


Assisti duas excelentes sessões em Braga esta semana, integradas no ciclo de workshops educacionais da Escola das Ciências da Saúde da Universidade de Minho.
Os convidados, Richard Felder e Rebecca Brent dos EUA, são pessoas com um volume muito significativo de trabalho publicado na área de pedagogia do ensino superior e sobre a aprendizagem centrada no aluno.
A sessão de manhã foi dedicada às técnicas de Active Learning , aprendizagem que na abordagem dos convidados se pode considerar como resultado dum leque de técnicas para tornar o aluno na sala de aula mais activo e mais autónomo. A própria sessão foi organizada de forma a exemplificar várias das técnicas e havia ainda vídeos do Felder a aplicar os seus métodos em aulas de química. Houve também bastantes referencias aos estudos realizados na área que apoiam a sua convicção sobre o valor desta abordagem. Fiquei convencido que estas técnicas podiam ser incorporadas na nossa prática pedagógica aqui na ESTBarreiro sem grande transtornos e trazendo benefícios significativos.
Depois do almoço, os trabalhos foram centrados nas técnicas de Cooperative Learning que se pode considerar como instrumentos para tornar os trabalhos de grupo mais activos, eficazes e fielmente avaliados para todos os participantes. Foi referido também a aplicação desta abordagem no ensino de engenharia.
Entretanto, percebi que a definição de Active Learning que eu e uma colega tínhamos incluído num artigo recentemente aceite para publicação e que vou apresentar numa conferencia em Atenas brevemente, não corresponde em todo rigor com a que o Dr. Felder utiliza. Mas, sabendo que vários autores utilizam a designação duma forma ligeiramente diferente, não me preocupei bastante.
Mais preocupado fiquei, quando no intervalo mostrei ao Dr. Felder a definição de Cooperative Learning no nosso artigo e ele me responde logo “That’s looks more like a definition of Collaborative Learning, not Cooperative Learning”. Fiquei um bocado consternado: será que me enganei e baralhei as duas definições? Bom, como na literatura existe alguma ambiguidade entre os dois termos, tive bastante cuidado na minha citação, pensei eu, mas…?
Assim, mal cheguei a casa depois das 6 horas de viagem da Braga, fui correr para consultar a fonte (Smith, Sheppard, Johnson and Johnson, 2005 autores também bastante eminentes na área) e realmente não me tinha enganado:
Cooperative learning is the instructional use of small groups so that students work together to maximize their own and each others learning.”
E aquele que o Dr Felder definiu como Cooperative Learning é o mesmo que o artigo de S, S, J e J classificou como “Carefully structured cooperative learning”. Phew!! Então pode se dizer que ambos têm razão.
Conclusão: mesmo entre as figuras muito eminentes numa determinada área, podem existir algumas diferenças de terminologia.

Presentes Gregos

Na próxima semana estou em Atenas para apresentar uma comunicação numa conferencia: The 3rd WSEAS/IASME International Conference on ENGINEERING EDUCATION (EE'06). O trabalho será depois publicado como um extended article na revista WSEAS Transactions on Advances in Engineering Education .

A conferencia é em Vougliami, 15 km do centro do capital grego, e faz parte das celebrações dos 10 anos da WSEAS, World Scientific and Engineering Academy and Society (que diz no seu website pronounced: "W" – seas” mas que eu, realmente, a falar em inglês nunca consigo dizer desta forma porque soa que estamos a referir às casas de banho).

Tuesday, June 06, 2006

Adequação a Bolonha

A Direcção Geral do Ensino Superior confirmou hoje o registo das adequações a Bolonha dos cursos de Licenciatura em Engenharia Civil e Engenharia de Conservação e Reabilitação da ESTBarreiro/IPS e a autorização para o início do seu funcionamento em 2006/2007.

Isso é um grande alívio para toda gente da minha escola, depois do clima de incerteza que tem reinado nos últimos meses.

Thursday, May 04, 2006

… o Inglês, ver!

  • assessment and evaluation
  • skills and competencies
  • formal and non-formal (or, informal) learning
  • technical and soft skills

Uma colega do ISEL, Isabel Carvalho, pediu a minha ajuda em explicar a diferença entre os termos ingleses acima, que têm aparecido com alguma frequência nos debates sobre questões de educação e pedagogia. Bom, apesar de eu saber mais ou menos intuitivamente a diferença em cada caso, mesmo assim senti alguma dificuldade em explicitar plenamente os significados de cada. Fica mais complicado pelo facto de que às vezes são empregados duma forma não diferenciada em conversa informal.

Ora, acabei por fazer o que se faz quando confrontado com estas situações: recorrei ao Google. As explicações que seguem não são definitivas e pecam por se apoiarem mais em definições e não em exemplos práticos, mas podem servir como ponto de partida - os comentários e sugestões são bem-vindos.


assessment and evaluation


The term assessment refers to the systematic gathering of information about component parts of the thing to be evaluated.
The evaluation process is broader than assessment and involves examining information about many components of the thing being evaluated and making judgments about its worth or effectiveness.
http://www.mcli.dist.maricopa.edu/ae0/e_what.html

skills and competencies

Competency: A characteristic and measurable pattern of behaviours and knowledge that causes or predicts superior performance in a given role or set of defined responsibilities.
Competence may be defined as the solving of problems by developing those solutions that prevent their recurrence, and doing so with minimum utilization of energy.

There are two types of skills:

  • Basic skills typically are acquired by workers prior to entering the labour force. They consist of literacy, problem-solving, numerical reasoning and written communication.

Occupational or job-related skills required by employees are those skills necessary to perform a specific job or function.

http://www.sla.org/chapter/cmi/Programs/2002-2003/2003Feb5Program.ppt

Formal and non-formal (or, informal) learning

  • Formal Learning: the institution controls both the objectives and the means of learning;
  • Non-formal Learning: the learners control the objectives but not the means;
  • Informal Learning: the learners control the means but not the objectives;
  • Self-Directed Learning: the learners control both the objectives and the means.
    http://www.stemworks.org/Bulletins/SEB93-3.html

technical and soft skills

Parafraseando:
Learning about the subject matter is only one of the necessary talents every technology professional should cultivate. The human component to support technical duties requires good communication and relationship skills, otherwise known as soft skills.

However, I tend to prefer the designation professional rather than soft (seems to help get these skills taken more seriously!)

http://www.zdnet.com.au/jobs/print.htm?TYPE=story&AT=39160083-39023216t-20000000c


Wednesday, May 03, 2006

Engenharia e escultura



Recebi recentemente um convite para assistir a inauguração da NC Iris, uma escultura da Vivienne Roche, amiga de longa data, em colaboração com a empresa de engenharia Arup para o campus da National College of Ireland no centro de Dublin. Não foi possível estar presente mas as fotos da instalação, inspirada pela forma da íris e do lírio, são impressionantes, penso. A Vivienne costume trabalhar em materiais como aço e madeira mas inspirada em formas da natureza como o oceano, a praia e as flores.

A colaboração com a Arup Ireland vinha por causa da dimensão da peça (mais que 14 metros) e a sua sofisticação técnica – é fabricada em inox e as cores mudam conforme a hora do dia e a época.

A empresa Arup é conhecida pelo seu envolvimento na emblemática Sydney Opera House em Australia, no Centre Pompidou em Paris e na polémica Millennium Bridge em Londres entre outros.

A Arup foi fundado em 1946 por Ove Arup, mas a filosofia da firma é interessante em que tem algumas coisas em comum com as visões mais contemporáneas das novas corporações da época Google.

Friday, April 21, 2006

to b-on?

A minha instituição mantém uma subscrição para o serviço b-on, a Biblioteca do Conhecimento on-line, e recentemente recebemos um questionário para avaliar a nossa utilização do mesmo. Tive que admitir que as minhas experiências na b-on me deram mais frustração que resultados.

Ou seja, sei que os índices e depósitos científicos mais importantes se encontram incluídos lá - ISI, Elsevier etc, mas para mim encontrar artigos que preciso de consultar não é fácil (algumas que até sei mesmo que existem).

Busca 1
bill williams participation online
Tenho duas publicações em jornais internacionais com as palavras online e participation no título; fiz várias pesquisa no b-on e não localizei nada.
Fazendo em Google, encontro logo várias referências a trabalhos relacionados ou mencionando os meus (mas não os artigos).
Em Google Scholar chego logo a um dos meus artigos. E ainda descobri que uma tese de doutoramento em química orgânica feito em Alemanha em 2002 cita um artigo meu publicado em 1973 (ou seja antes da altura que se pode encontrar artigos disponibilizados online).

Busca 2
rui carrilho gomes (um colega meu com artigos publicados em revistas internacionais)
B-on: não encontro nada
Google: também não
Google Scholar: Encontro um artigo dele

Conclusão: para certas áreas o Google Scholar é mais eficaz (e muito mais fácil de utilização diga-se)


Resumindo: as minhas primeiras tentativas não foram muito frutíferas.
Entretanto, recebi hoje um manual de utilizador de B-on. Nas suas 18 páginas o livrinho explica em pormenor os vários tipos de busca possível e nos próximos dias comprometo-me seguir as instruções religiosamente para ver se consiga ter melhores resultados.

Mas para mim ainda fica uma questão de fundo: porque precisamos dum manual para tirar proveito duma ferramenta comercial (e não barata) enquanto uma ferramenta gratuita como o Google Scholar se pode utilizar com sucesso imediato sem necessidade de instrução adicional?

Saturday, April 08, 2006

Aqui em Maputo ...


... o curso tem tido momentos muito bons. Apesar de alguns problemas logísticos nos primeiras dias, já estamos com um bom ritmo de trabalho nas sessões presenciais e sinto que entre o grupo de 18 participantes, de variadas entidades e ONGs, e a equipa de coordinação, Dra Susana Maleane do Centro de Estudo Africanos do UEM e Dr Valerito, investigador do CEA, e o proprio, temos

um bom conjunto de pessoas, capaz de levar para frente uma boa formação e frutuosa partilha de conhecimentos na faze online a decorrer durante as proximas 8 semanas.

Os trabalhos têm sido divididos entre o f2f (face to face) e online com mais tempo dedicado ao primeiro, dado que o acesso a rede durante o dia é um bocado lente.

No primeira dia, como previsto, partilhamos algumas momentos importantes de aprendizagem na vida de cada um e depois falamos de teorias de aprendizagem como constructivismo e constructionismo social.
E já no terceiro dia tivemos uns exemplos destes conceitos postos na prática quando trabalhamos em grupos para preparar e apresentar formas de explicar “às comunidades” do que concretamente estamos a referir quando falamos de Exclusão Social. Neste sessão, realizada em regime de team teaching com o professor de sociologia, Dr Valerito, alguns grupos optaram por uma apresentação mais classica, um elemento a falar apoiado por posters, e claro que aprendi bastante sobre a realidade em Moçambique assistindo estas intervenções.
Mas a abordagem mais marcante para mim (e olhando para as reflexões colocadas online depois, para quase toda gente) era o grupo que optou por começar com uma pequena encenação dramática onde os membros do grupo representaram pessoas da comunidade a tentar comunicar com o chefe da escola local (uma aluna que faltava porque tinha que buscar bidões de água, um deficiente em cadeira de rodas, um representante local que não conseguia ser compreendido pelo chefe). A dramatização foi muito viva e foi só depois de estabelecer estes exemplos nos nossos mentes que else partiram para uma abordagem com posters elucidativos.

Wednesday, March 29, 2006

Uma vantagem do portfólio electronico ...

... é que permite usar hiper-links, como no meu post anterior
e assim torna o texto mais interessante, a abre mais possibilidades de leitura, penso.

Horário da formação em Maputo

Ao pedido dos organisadores, mandei a minha proposta para o horário e programação do curso de formação que vou realizar na Universidade Eduardo Mondlane.
Bom, pensando em 5 e meio horas por dia sugeri um program começando às 9.00, pausa para almoço e acabando as 16.30 como pode ver aqui.

Mas não tinha lembrado que quando trabalhava em Chimoio, começamos o dia cedo (7.00) e de facto a programação que acabei de receber de Maputo prevê um início as 8.00, pausa para lanche ás 11.00 e acabar os trabalhos às 14.30.

Today Barreiro, tomorrow Maputo ...

Como mencionei num post anterior, vou amanhã a Maputo para ministrar um curso presencial. Extracto dos meus termos de referencia:

Aplicação Piloto CIARIS em Moçambique
TERMOS DE REFERÊNCIA
Colaborador Externo – Bill Williams

Contexto

O Projecto Estratégias e Técnicas contra a Exclusão Social e a Pobreza / Portugal (STEP) do Bureau Internacional do Trabalho (BIT)[1] desenvolveu uma plataforma informática, o CIARIS – Centro Informático de Aprendizagem e de Recursos para a Inclusão Social, a qual utiliza as tecnologias de informação e comunicação (TIC) com o objectivo de reforçar as capacidades operacionais dos actores envolvidos na concepção, implementação e avaliação de projectos de luta contra a exclusão social. A versão actualmente existente é uma versão de carácter global, que não se encontra ainda adaptada aos contextos específicos.

A formação em Moçambique insere-se num processo de realização de testes piloto em países lusófonos, tendo o Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane como co-organizador[2]. Os objectivos principais desta formação são:
- reforçar a capacidade de 20 técnicos na área da luta contra a exclusão social;
- colocar em prática a plataforma de formação;
- a aprendizagem de metodologias básicas de formação online;
- a definição de um primeiro processo de adaptação de parte dos conteúdos CIARIS à realidade local;
- avaliar a viabilidade da utilização dos seus suportes tecnológicos;

A formação de facilitadores tem como objectivo a criação de uma carteira de facilitadores Moçambicanos que possam vir a desempenhar futuramente essas funções.
[1] Financiado pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social de Portugal.
[2] Em articulação com o Projecto STEP/Portugal.

A visão do Nelson Trindade

Na intervenção do Prof Nelson Trindade na nossa sessão do IPS sobre portfólios (veja post anterior), havia muitas coisas em que não estava completamente de acordo com a visão pedagógica dele, mas havia duas questões que levantou que realmente fizeram ressonância comigo:
1) Referindo a “professores que têm 30 anos de experiência na carreira” opinou que muitas as vezes têm um ano só de experiência e 29 de continuar a fazer o mesmo.
Bom, acontece que tenho 30 anos de carreira (ou mais) e um motivo meu em reflectir aqui, é para analisar um pouco e tentar fazer alguma integração dos vários fios da minha carreiro.

2) Chamou atenção à necessidade de ter uma nova palavra para descrever quem está a aprender (learner em inglês) para evitar os conceitos de transmissão de conhecimentos inerentes nos termos como formando, aluno, estudante etc.
Pessoalmente tenho utilizado o termo aprendente (penso que o NT prefere o aprendizente mas para mim isso complica demasiado) já há alguns anos em cursos e as pessoas normalmente o adoptam sem problemas.

Ficha de docente

No processo de preparativos para adequação de Bolonha dos curso da minha escola, foi nos pedido o preenchimento duma ficha sobre o perfil academico de cada docente.
Está aqui a minha.

Ántiguidades académicas pessoais



Numa recente visita a minha terra (Irlanda) fiquei intrigado a encontrar dois trabalhos meus do início da minha carreira (anos 70) que não tinha visto há decadas - um que foi publicado na altura e outro trabalho de fim de curso.

Ambos foram dactilografados (claro) mas enquanto em 1973 o meu foco era na quimica teorica, em 1975 já estava mais preocupado com questões ligadas a educação e desenvolvimento.



A minha primreira publicação académica foi em 1973 no Journal of the Chemical Society mas infelizmente naõ está disponível online (os arquivos online começaram mais tarde).

Monday, March 27, 2006

O título: Science, Language, Community and Development

Uma das funções que pretendo para o meu blog é de ajudar a mim próprio fazer sentido das várias fazes da minha carreira na educação. Carreira esta que tem englobado duma forma ou outra as quatro áreas no título: Ciência, Línguas, Comunidade e Desenvolvimento.

Acabei um mestrado em Química na Irlanda em 1973 e fui logo dar aulas da química na Universidade de Asmara, Eritrea, África Oriental. Algum tempo depois quando a universidade se fechou devido à guerra civil (na semana que cheguei ao país o Imperador Haile Selassie foi destituído num golpe militar), fui dar aulas numa escola secundário em Nairobi Quénia.

Mais tarde, voltando a Europa, completei um ano de pedagogia e trabalhei como professor de química em Londres até 1986.

Depois fui como professor de química para leccionar no Instituto Agrário de Chimoio, Moçambique. Antes, claro, foi necessário aprender a língua portuguesa para desempenhar as minhas funções de docente na língua oficial da RPM, que implicou um curso intensivo de dois meses em Lisboa. Acontece que gostei tanto da experiência de aprender português assim que depois de completar o meu contracto de dois ano e meio em Moçambique, vim para Portugal com a intenção de ser professor de línguas.

E assim foi, comecei a dar aulas no sector privado na International House, depois tirei uma pós-graduação da RSA-Universidade de Cambridge na área, e em 1998 comecei como docente no IPS.

A próxima fase da minha carreira foi quando comecei a tirar cursos na área de aprendizagem online (Universidade de Innsbruck e Universidade de Londres) em 2001 e 2002 e depois fui convidado para ser tutor online num curso do Institute of Education da Universidade de Londres.

Ultimamente tenho feito alguns trabalhos de formação online para o ILO e na próxima dia 30 volto a Moçambique, quase 20 anos depois da minha ultima visita lá, para ministrar um curso na Universidade Eduardo Mondlane, Maputo (1 semana presencial e 8 online). O curso é na área de combato à exclusão social e o meu papel é no âmbito de facilitação e design técnico-pedagógica.

Portfólio, blog e motivação

Depois de assistir uma sessão na minha instuição, o Instituto Politécnico de Setúbal, dedicada à utilização de portfólios como instrumento de desenvolvimento profissional, decidi iniciar uma experiência pessoal neste âmbito.

Até agora nunca tive ocasião de elaborar um portfólio meu mas já orientei participantes em vários cursos na sua elaboração e em base desta experiências decidi que para valer a pena eu pensar em organizar o meu portfólio será necessário reunir duas condições:

  1. o processo dar gozo a mim próprio (ou seja, ao fim ao cabo, estou a trabalhar tanto para criar uma reflexão pessoal como escrever para os meus colegas ou outros leitores). Todos os portfólios mais interessantes que já vi tinham uma vertente pessoal e individual bastante forte.
  2. ser um processo mais ou menos descomplicado para incentivar um contributo regular.

Por este motivo decidi optar por criar um blog pensando que mais tarde pode ser expandido para um portfólio electrónico.