Assisti duas excelentes sessões em Braga esta semana, integradas no ciclo de workshops educacionais da Escola das Ciências da Saúde da Universidade de Minho.
Os convidados, Richard Felder e Rebecca Brent dos EUA, são pessoas com um volume muito significativo de trabalho publicado na área de pedagogia do ensino superior e sobre a aprendizagem centrada no aluno.
A sessão de manhã foi dedicada às técnicas de Active Learning , aprendizagem que na abordagem dos convidados se pode considerar como resultado dum leque de técnicas para tornar o aluno na sala de aula mais activo e mais autónomo. A própria sessão foi organizada de forma a exemplificar várias das técnicas e havia ainda vídeos do Felder a aplicar os seus métodos em aulas de química. Houve também bastantes referencias aos estudos realizados na área que apoiam a sua convicção sobre o valor desta abordagem. Fiquei convencido que estas técnicas podiam ser incorporadas na nossa prática pedagógica aqui na ESTBarreiro sem grande transtornos e trazendo benefícios significativos.
Depois do almoço, os trabalhos foram centrados nas técnicas de Cooperative Learning que se pode considerar como instrumentos para tornar os trabalhos de grupo mais activos, eficazes e fielmente avaliados para todos os participantes. Foi referido também a aplicação desta abordagem no ensino de engenharia.
Entretanto, percebi que a definição de Active Learning que eu e uma colega tínhamos incluído num artigo recentemente aceite para publicação e que vou apresentar numa conferencia em Atenas brevemente, não corresponde em todo rigor com a que o Dr. Felder utiliza. Mas, sabendo que vários autores utilizam a designação duma forma ligeiramente diferente, não me preocupei bastante.
Mais preocupado fiquei, quando no intervalo mostrei ao Dr. Felder a definição de Cooperative Learning no nosso artigo e ele me responde logo “That’s looks more like a definition of Collaborative Learning, not Cooperative Learning”. Fiquei um bocado consternado: será que me enganei e baralhei as duas definições? Bom, como na literatura existe alguma ambiguidade entre os dois termos, tive bastante cuidado na minha citação, pensei eu, mas…?
Assim, mal cheguei a casa depois das 6 horas de viagem da Braga, fui correr para consultar a fonte (Smith, Sheppard, Johnson and Johnson, 2005 autores também bastante eminentes na área) e realmente não me tinha enganado:
Cooperative learning is the instructional use of small groups so that students work together to maximize their own and each others learning.”
E aquele que o Dr Felder definiu como Cooperative Learning é o mesmo que o artigo de S, S, J e J classificou como “Carefully structured cooperative learning”. Phew!! Então pode se dizer que ambos têm razão.
Conclusão: mesmo entre as figuras muito eminentes numa determinada área, podem existir algumas diferenças de terminologia.
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